quarta-feira, 14 de abril de 2010

Manoel de Barros

Amigos, hoje é dia de Manoel de Barros!!! Aos 93 anos (!) está lançando seu mais novo livro intitulado "Menino do mato". Poeta matogrossense, ligado visceralmente à natureza, crescido no mato, viajou pelo mundo, e retornou em 1960 para o Pantanal, onde vive até hoje. Que lição, pra quem começa um blog, ter este ser, mais vivo do que nunca, ainda escrevendo belos poemas...
Fala Manoel:
'É nos loucos que grassam luarais"
"Poesia é a infância da língua"
"Eu queria crescer para passarinho"
"Sapo é um pedaço de chão que pula"
"Sobre o nada eu tenho profundidades"
" O melhor conselho para os chatos que tentam  'entender' seus versos é: 'Poesia não é para compreender mas para incorporar/ Entender é parede: procure ser uma árvore."
                                   
  Que tal gente?? O máximo , não é?

2 comentários:

  1. Acho até, a propósito de Manoel de Barros, que Sara Cohen havia emprestado a Caio, em algum momento, um livro de poemas para eventual composição. Depois temos que convencer nosso grande compositor contemporâneo a enfrentar o desafio - de preferência utilizando voz de tenor solista para dizer os versos (rsrsrsrsrs)

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  2. Ainda falando de Manoel de Barros, vindo lá do Livro das Ignorãnças ( mais um raptado da sacra estante!), prosseguimos, nós que - por Deus ! - continuamos a ignorar:

    " O mundo meu é pequeno, Senhor.
    Tem um rio e um pouco de árvores.
    Nossa casa foi feita de costas para o rio.
    Formigas recortam roseiras da avó.
    Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
    maravilhosas.
    Seu olho exagera o azul.
    Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas ]
    com aves.
    Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
    besouros pensam que estão no incêndio.
    Quando o rio está começando um peixe,
    Ele me coisa.
    Ele me rã
    Ele me árvore.
    De tarde um velho tocará sua flauta para inverter os ocasos.

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