domingo, 18 de abril de 2010

Noutra varanda

Há 10 anos atrás, mais ou menos, houve um papo, uma conversa, um desabafo, numa varanda, que não era a minha. Há 10 anos atrás, houve alguem que, como num confessionário ouviu e entendeu toda a minha imensa dor. Nesta varanda, que não era a minha, houve luz, silêncio, poesia e muita, mas muita discussão. Chorei, chorei, chorei, mais que Cauby.
O amor do interlocutor era tanto que , passado a fase da raiva, do ódio, e da infinita incompreensão, terminamos essa noite, abraçados, enquanto ele me pedia: me faz um favor? Nunca mais me fale sobre isso. Durante algum tempo , respeitamos esse silêncio, por amor a mim, a ele , e a tudo. Nesta varanda, descobri o  quão surreal era tudo que estava vivendo. E naquela mesma varanda entendi que seria muito difícil sair de dentro daquela história. Segui.   Passados anos, tenho uma lembrança clara, azul, (verdejante é cafona? mas era verdejante...) daqueles momentos.
Fui  seguindo, e  tudo foi se seguindo... Não é assim que a vida é? 
Alguem se dispôs a sair do seu cantinho, que era lindo, para limpar o meu vômito emocional.
A varanda continua existindo, com manchas que não são só minhas, eu sei.
 Essa pessoa existe, e continua me  amando.
 Só  tenho a agradecer a este endereço na Marquesa de Santos, o que hoje pode e vem me acontecendo. Beijos JP.

Um comentário:

  1. Querida, só pude ler teu comentário agora, 20 abril.
    Fico sem ter o que dizer. Sentindo só por dentro, quieto, bem como um ser da água (que não sou). Mas sem ter o que exprimir aqui, porque a linguagem das letras é pobre pra tanto.
    beijo
    Zpaulo

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